A epidemia de poliomielite no país, especialmente no Rio de Janeiro, deixou milhares de crianças com sequelas durante a década de 50. O clamor social diante da epidemia e a associação de familiares das vítimas, empresários, senhoras da sociedade e médicos experientes criaram as condições para o surgimento de uma entidade beneficente de luta contra a paralisia infantil.
Assim nasceu, em 1954, a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), com o objetivo de possibilitar que vítimas de pólio e pessoas portadoras de sequelas motoras tivessem acesso a um tratamento especializado e fossem reintegradas à sociedade – trabalho este até então inexistente no Brasil.
Como a instalação de um Centro de Reabilitação requeria uma equipe altamente especializada, o Conselho Técnico e a Diretoria da ABBR optaram, inicialmente, por instituir uma escola para formação de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais – a primeira no país de nível superior.
Dois anos depois da sua fundação, a ABBR formou, pela Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro, sua primeira turma de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. E, em setembro de 1957, o Presidente Juscelino Kubitscheck inaugurou o Centro de Reabilitação da ABBR, o primeiro do Brasil, dentro da concepção moderna da reabilitação como um processo integrado.
Além do idealismo do arquiteto Fernando Lemos e do empresário Charles Murray, motivados pela deficiência de seus filhos, a entidade ainda contou com a solidariedade de um grupo de médicos pioneiros, dos quais destacamos os membros do primeiro Conselho Técnico da ABBR: Oswaldo Pinheiro Campos, Jorge Farias, Antônio Caio do Amaral e Hilton Baptista.
O apoio da sociedade carioca veio pelo incansável trabalho de um grupo de senhoras voluntárias (as Legionárias), que se dedicavam às campanhas para arrecadação de fundos, promovendo eventos, defendendo os interesses da ABBR junto à sociedade.
Em mais de meio século de atividades, a ABBR reabilitou mais de 400 mil pessoas com deficiência.